Reflexões do The Podcast Show 2025, em Londres
No The Podcast Show 2025 confirmei o que já sabia:
O som aproxima — mas é a presença que liga.
Entre vozes que admiro e novas sintonias, reencontrei o verdadeiro poder do podcasting: a comunidade.
O microfone liga pessoas. Mas é o coração que as sintoniza.
O evento deste ano trouxe-me muito mais do que tendências, painéis ou ferramentas.
Trouxe-me humanidade.
Trouxe este ano comigo:
🎧 Comunidade
🎤 Voz
👂 Escuta
📖 Encontros que valem capítulos
🤝 Partilha
Mas acima de tudo:
❤️ Humanidade
Fiquei mergulhada em ideias sobre curadoria da voz, inovação e o som como património.
Não consegui ver e ouvir tudo — que pena não ser omnipresente nestas ocasiões!
Mas do que vi e ouvi, aprendi com quem constrói o presente (e o futuro) do podcasting.
Como disse Harry Morton:
“É o meio publicitário mais confiável do mundo.”
E isso sente-se.
Sente-se nos encontros intensos e inesperados, nas colaborações que se semeiam e não se esquecem.
Encontros que marcaram
Amanda Cupido
Cruzámo-nos várias vezes (até no WC!), mas não conseguimos conversar — há mulheres ocupadas! 😅
Mesmo assim, a Amanda deixou-me a sensação de que o podcasting é feito de ligações humanas profundas.
Obrigada por tanto, Amanda. Aprendi, escutei, ri.
Francesco Corsi (Triton Digital)
Uma conversa rica sobre mercados, métricas, crescimento global do áudio — e sobre como medir impacto num mundo fluido.
O entusiasmo do Francesco é contagiante. Fala todas as línguas que eu entendo — e o marketing é a sua bandeira.
Mercado italiano, espanhol, inglês… e o português?
Ficou o convite — há pontes a criar com o mundo lusófono. 🌍
Bernard P Achampong (Unedited)
A sua visão inspira-me. Falámos sobre podcast claro, ética, produção, e a urgência de diversidade real no áudio. Entre outros assuntos.
A conversa com o Bernard, acendeu ideias, e o meu cérebro anda a fervilhar! Bernard, voltamos a falar em julho. 😉
Adam Puran
Compositor canadiano premiado. Traz à narrativa sonora uma abordagem emocional que admiro.
Adam, o que eu dava para trabalharmos juntos um dia!
Tens tudo o que um compositor para som narrativo deve ter — e mais.
Elias Strand (PodX)
Um encontro inesperado no Platinum Lounge,bendita a fome!(nunca pensei que um dia pudesse dizer isto 😊).
Falámos de IA, antropologia, memória colectiva, família, escuta internacional, futuro, colaborações…
E sim, até do metro de Londres (só eles sabem indicar por onde passamos, para onde vamos e onde estamos! Coisa que no evento era difícil muitas vezes de perceber.).
Porque neste evento há espaço para melhorar, tal como no podcasting.
Elias, obrigada por tanta visão e inspiração.
Ruth Barnes (Chalk & Blade)
Conversámos brevemente — ela estava a mil!
Mas ficou prometida a continuação. E isso diz tudo: onde há escuta, há espaço para voltar.
Ruth, para a semana falamos. Obrigada pela tua abertura e disponibilidade.
Clare Suchley-Smith (FlightStory)
Uma conversa curta, mas agradável. Clare, espero continuá-la em breve.
Podcasting é de facto um meio colaborativo, porque aqui não há máscaras , há vozes reais! Bem, pelo menos foi o que senti
Painéis e vozes que ressoam
Ouvi painéis inspiradores com Glen Miller, Shea Simpson, Laurent Dauron, Dan Misener, Bryan Moffett, Colin Campbell, Chris Baughen, Cathy Csukas, Michael Bayston, Jim Ballas, Lisa Higginson, Alec Russell, Brontë Edmondson, Cara Mcgoogan, Ruth Fitzsimons, Kattie Laur, David Roemer, Francesco Tassi, Daniel Karlsson, Emily Rudder, entre muitos outros — impossíveis de listar todos.
Cada voz que ouvi ajudou-me a reforçar uma certeza:
👉 O podcasting é o espaço mais humano da comunicação digital.
Sim, trouxe comigo insights sobre IA, novas ferramentas, tendências emergentes.
Mas mais do que isso, trouxe ligações reais com quem move o áudio com alma.
Como disse Izabela Russell:
“O público não quer perfeição. Quer processo. Quer saber o que falhou antes de vingar.”
É por isso que continuo a acreditar que a voz humana, autêntica e em processo, é o canal mais poderoso de todos.
A minha missão
A minha missão continua a ser dar corpo, coração e caminho à voz — como locutora, curadora e apaixonada pelo que se ouve por dentro.
O que trouxe de Londres não cabe nos stands nem nas keynotes.
Trouxe a certeza de que o que move esta indústria… é a voz por detrás da técnica.
A voz do locutor — mas também a de cada um de nós.
O podcast é o espaço da verdade falada, da vulnerabilidade criativa, da confiança construída com tempo — e com alma.
Sim, ouvi aquela frase britânica crua, dita sem filtros:
“The download is horse shit.”
Porque agora, mais do que nunca, questionamos métricas e formatos.
Mas nunca questionamos a escuta.
Nunca questionamos a voz.
A audiência não quer um podcast perfeito.
Quer um podcast que respire verdade.
Que mostre os bastidores.
Que fale com alma.
🎧 O podcasting é, e continuará a ser, o palco mais autêntico da comunicação digital.
Não procurem perfeição — procurem conexão.
E eu continuo a acreditar:
Ser-se humano — na sua verdadeira essência — é o canal mais poderoso de todos.
🎙️ E a minha voz saiu de Londres ainda mais afinada para o futuro.